Transporte paulistano continua precário e população não aceita o valor elevado
Desde o último domingo, 02 de junho, os cidadãos paulistanos estão tendo que se acostumar com a nova tarifa dos transportes públicos da cidade. Os valores do ônibus, trem e metrô sofreram reajuste em 6,67% e passaram de R$ 3 para R$ 3,20.
Manifestação na estrada do M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo
Apesar de o prefeito Fernando Haddad garantir que o aumento foi abaixo da inflação, a população não aceita permanecer com os mesmos problemas de infraestrutura e pagar uma das tarifas mais caras do Brasil, promovendo assim, vários movimentos e protestos pela cidade.
Superlotação dos veículos, vias congestionadas e demora no embarque são algumas das dificuldades mais enfrentadas pelos paulistanos. Segundo uma pesquisa do IBOPE realizada em 2010, os passageiros passam mais tempo dentro dos transportes coletivos do que em suas casas.
O porteiro Justino Ferreira (45) conta que em seu trajeto até o trabalho já viu muitas mulheres desmaiarem. “Certa vez, uma mocinha desmaiou e não teve como acudir, tinha muita gente ao redor. O ônibus teve que parar e desceu a metade do pessoal para socorrer a moça”, completa.
Caos no trânsito de São Paulo
A cidade de São Paulo possui um sistema viário de 17.300 km de extensão, dos quais apenas 26% são utilizados pela frota municipal de 15 mil veículos contra mais de cinco milhões de automóveis que usufruem do restante das vias.
Neste contexto, o consultor de tráfego Horácio Augusto Figueira alerta: “Quanto mais espaço se ofertar para os carros, mais eles o ocuparão”. Segundo ele, a solução é priorizar o transporte coletivo, que atende a maior parte da população.
Por: Aline Pigozzi e Mônica Araújo
Focas na Área 