Reforma da Previdência: Como os jovens são afetados com a mudança

Jovens estão à procura de meios de investimentos desde que o governo federal apresentou a proposta de Reforma da Previdência ao Congresso Nacional.

Posicionamento do jovem diante das propostas da Reforma da Previdência. Foto: Reprodução/Milena Bairros

         O governo federal anunciou em fevereiro de 2019 a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287) da nova Reforma da Previdência. Com o corte de despesas, a ideia do governo é economizar R$ 1,1 trilhão em 10 anos e tentar reduzir o déficit da previdência. Esta mudança atinge grande parte da população brasileira, principalmente, os trabalhadores que estão há muitos anos no mercado de trabalho, mas como os jovens tem se posicionado diante das propostas apresentas?

         Segundo a advogada Eliane Nogueira Costa, são poucos os jovens que se interessam pela Reforma da Previdência, pois não é algo que os afetaria atualmente. Estes que compreendem, apoiam essa Reforma, mas não pensam nas pessoas que estão há mais tempo trabalhando e que serão as mais afetadas.

         Existem exceções, como é o caso da Técnica de Enfermagem Raquel Silva, que escolheu pagar uma Previdência Privada para ela e outra para a sua filha de 9 anos, que terá acesso apenas quando atingir a maioridade. Aos 39 anos, Raquel Silva já pensa no futuro, “eu pago Previdência Privada pensando na minha filha e por esse ser um investimento pro futuro.”, acrescenta “Eu pensava em me aposentar por tempo de trabalho, mas hoje eu sei que talvez isso seja pouco possível de acontecer.”

         O mesmo pensamento tem a Supervisora de Atendimento Juliana Lopes, 32 anos, afirmando que investir em imóveis é uma das melhores maneiras de garantir o dinheiro para quando for mais velha. Se posicionando contra as propostas da Reforma da Previdência, alega “Tem que ter uma reforma da previdência, mas que comece pelo próprio governo, que diminuam os direitos, de presidente, senadores, corte auxilio-motorista, auxilio-combustível e outras coisas, e direcionem isso para a defasagem da previdência”.

         Aos jovens que planejam providenciar uma aposentadoria mais rápida, Eliane Costa sugere a Previdência Privada, “é uma coisa que todo mundo deveria fazer, já que a Previdência [Social] está ficando incerta. Na Previdência Privada a pessoa consegue se estruturar na sua aposentadoria, pra no futuro você ter um salário digno pra viver e é mais barato do que a Previdência Social”.

Entrevista com a Técnica de Enfermagem Raquel Silva.

Acesso ao benefício da Previdência está mais demorado

A aposentadoria é um recurso que todo contribuinte tem direito. Com o passar dos anos, o número de pessoas que solicitaram o benefício aumentou, passando de 184 para 221 mil no país, entre janeiro de 2016 e 2017. Por conta disso, o processo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acabou demorando muito mais. Hoje, o tempo médio de espera para conseguir um atendimento na agência do INSS é de três meses. Isso porque, em razão da possível reforma da previdência, a busca pelo benefício aumentou significativamente.

Segundo a Eliane Nogueira Costa, advogada especialista em direito previdenciário, até junho de 2018, a maioria precisava esperar cerca de dois meses para receber a carta de concessão ou o pedido negado. Atualmente, essa espera é de cinco a seis  meses. Vale ressaltar que muitos brasileiros desistem da aposentaria após receberem a negação, pois não possuem o conhecimento ou o próprio advogado não conferiu se o INSS analisou da forma correta a sua aposentadoria. Há quem também acabe aposentando com um valor muito abaixo do que era de seu direito receber. Isso acontece por conta do desemprego que afetou o INSS,  por isso não está tendo retorno do dinheiro que é pago para os aposentados, e no Brasil, temos um sistema em que o trabalhador paga a contribuição para o INSS cobrir a aposentadoria do idoso.

Infográfico elaborado em: 03/04/2019

Obstáculos por trás do seu direito

Idoso aguarda em frente ao prédio da Previdência Social. Foto: Reprodução/Isabela Pinho

Segundo a advogada Eliane Costa, a Câmara dos Deputados tem discutido diversos fatores sobre a Reforma da Previdência, conforme proposta do governo Bolsonaro. Um deles é o tempo de contribuição, que passará de 15 para 20 anos, a mulher que se aposentaria aos 60 anos de idade sobe para 65 anos, e o homem que era com 65 anos passa a ser com 70 anos.

A aposentada Maria Das Neves da Silva trabalhou durante 30 anos como ajudante geral, se aposentou aos 60 anos e, mesmo estando aposentada, continua trabalhando, porque o valor que recebe não é o suficiente para manter seus gastos. Essa situação a obrigou a voltar ao mercado de trabalho, realidade que é a mesma de muitos brasileiros que chegaram a essa fase da vida.

Por:

Isabela Pinho-D5906B5

Milena Bairros-D72JDH8

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